Egito Antigo
EGITO
ANTIGO
UM OÁSIS EM MEIO
AO DESERTO
A civilização egípcia, que teve
início por volta de 4000 a.C., desenvolveu-se em uma
Estreita faixa de terra no
nordeste da África. Embora cercada por desertos, essa região apresentava fatores
que propiciaram a fixação da humanidade.
· Água - o rio Nilo
fornecia a água necessária à sobrevivência e ao plantio.
CIVILIZAÇÃO
EGITO
· Solos férteis - as
cheias periódicas do rio Nilo depositavam uma rica camada de húmus em suas
margens, fertilizando o solo. O Egito era, assim, um verdadeiro oásis em meio
ao deserto. Por isso o historiador grego Heródoto afirmou: o Egito é uma
dádiva do rio Nilo. Entretanto, somente os fatores naturais não são
suficientes para explicar o desenvolvimento da civilização egípcia. Deve-se
considerar a atuação humana através do trabalho, da criatividade e do planejamento.
Para proteger vilas e casas das inundações, os egípcios construíram diques e
barragens. Construíram também canais de irrigação para levar a água do rio às
regiões mais distantes. Assim, aliando esforços e criatividade, os egípcios
aproveitaram os recursos naturais, fazendo surgir uma das mais antigas
civilizações.
EVOLUÇÃO
POLÍTICA
A LONGA HISTÓRIA
DA TERRA DOS FARAÓS
A história egípcia costuma ser dividida
em:
· Período pré-dinástico -
desde a formação das primeiras comunidades até a fundação da
primeira dinastia dos faraós;
· Período dinástico -
abrange três fases principais: Antigo Império, Médio Império e
Novo Império.
Período
pré-dinástico (5000 - 3200 a.C.)
Desde 5000 a.C., o Egito era
habitado por povos que viviam em clãs, chamados nomos.
Embora independente uns dos
outros, os nomos cooperavam entre si para solucionar problemas comuns, como
abertura de canais de irrigação, construção de diques etc. essas relações evoluíram
e levaram à formação de dois reinos: Reino do Baixo Egito, formados pelos nomos
do norte; e Reino do Alto Egito, formado pelos nomos do Sul.
Por volta de 3200 a.C., Menés
unificou os dois reinos, fundando, assim, a primeira dinastia dos faraós. O
período pré-dinástico é, portanto, época anterior a essa primeira dinastia.
Período
dinástico (3200 – 1085 a.C.)
Foi durante o período dinástico
que se deu a construção de grandes pirâmides, o crescimento territorial e
econômico do Egito e sua expansão militar. Vejamos as fases desse período.
· Antigo Império (3200 - 2600
a.C.) - nessa fase, a capital do Egito foi, primeiro da cidade de
Tinis; depois, a de Mênfis. Os
faraós conquistaram os poderes religioso, militar e administrativo, destacando-se
Quéops, Quéfren e Mequerinos (IV dinastia), responsáveis pela construção das mais
famosas pirâmides egípcias. Por volta de 2400 a.C., revoltas lideradas pelos
administradores das províncias (nomos), que pretendiam enfraquecer a autoridade
do faraó, abalaram o império. A sociedade egípcia viveu um período de
distúrbios e guerra civil.
· Médio Império (2160 - 1730
a.C.) - representantes da nobreza de Tebas, conseguiram acabar com as
revoltas, e essa cidade tornou-se a capital do Egito. Dela surgiram novos
faraós que governaram o império nos séculos seguintes. Nessa fase, o Egito
atingiu estabilidade política, crescimento econômico e florescimento artístico,
impulsionando a ampliação de fronteiras. Conquistou Núbia, região rica em ouro.
Por volta de 1750 a.C., foi invadido pelos hicsos (povo nômade vindo da Ásia).
Militarmente superiores aos egípcios, os hicsos dominaram a região norte do Egito
e estabeleceram a capital em Ávaris, onde permaneceram por aproximadamente 170
anos.
· Novo Império (1500 - 1085
a.C.) - mais uma vez, a nobreza tebana conseguiu restaurar a
unidade política do Egito,
expulsando os hicsos. Essa fase caracterizou-se pela grande expansão da Ásia,
dominando cidade como Jerusalém, Damasco, Assur e Babilônia. Tutmés III, Amenófis
IV e Ramsés II foram os principais faraós desse período. Por volta de 1167 a.C.
o império foi agitado por revoltas populares, entretanto em um período de
decadência.
DECADÊNCIA DO
EGITO
Depois do século XII a C., o
Egito foi sucessivamente invadido por diferentes povos. Em 1670 a C., os
assírios conquistaram o Egito, dominando-o por oito anos. Após se libertar dos
assírios, o Egito iniciou uma fase de recuperação econômica e brilho cultural,
conhecida como renascença saíta, por ter sido impulsionada pelos
soberanos da cidade de Sais. Contudo, a prosperidade durou pouco, em 525 a C.,
os persas conquistaram o Egito. Quase dois séculos depois, os macedônios,
comandados por Alexandre Magno, derrotaram os persas. Finalmente em 30 a C., o
Egito foi dominado pelos romanos.
SOCIEDADE
A PIRÂMIDE
FORMADA POR DOMINANTES E DOMINADOS
A sociedade egípcia era formada
por diferentes camadas sociais, organizadas em cartas
hereditárias, podendo ser
representada na forma de uma pirâmide - a mais célebre construção arquitetônica
do Egito. No topo dessa pirâmide encontrava-se o faraó, que concentrava os
poderes administrativos, militar e religioso. Considerado um verdadeiro deus na
Terra, sua autoridade era absoluta. Abaixo do faraó e de sua família, a
sociedade dividia-se em dois grandes grupos: o dos dominantes e o dos
dominados.
Grupos dos
dominantes
A esse grupo pertencia a elite
dirigente, que era formada por:
· Nobres - administradores
das províncias ou comandante dos principais postos do exército. Seus cargos
eram hereditários.
· Sacerdotes - senhores da
cultura egípcia; presidiam as cerimônias religiosas e administravam o
patrimônio dos templos, desfrutando de riqueza proveniente das oferendas feitas
pelo povo.
· Escribas - funcionários
da administração. Sabiam ler, escrever e contar. Realizavam
trabalhos como cobranças de
impostos, fiscalização da vida econômica, organização das leis etc.
Grupos dos
dominados
A esse grupo pertencia a maioria
da população egípcia, sendo formada por:
· Artesãos - trabalhadores
das cidades, como barbeiros, ferreiros, carpinteiros, banqueiros, tecelões,
ourives, ceramistas etc. Muitos trabalhavam na construção dos
templos e das pirâmides. Viviam
na nobreza.
· Felás - camponeses e
pessoas que trabalhavam na construção de obras públicas, no
transporte etc. Constituíam a
maioria do povo egípcio e viviam na miséria.
· Escravos - estrangeiros
capturados em guerra. Trabalhavam em serviços pesados, por
exemplo, nas pedreiras. Viviam em
condições precárias, mas tinham alguns direitos civis.
ECONOMIA
O CONTROLE PELO
ESTADO
Na economia egípcia predominou o
modo de produção asiático. O Estado, representado pelo faraó, controlava as
atividades econômicas. Era dono da terra e comandava o trabalho agrícola. Administrava
as pedreiras, as minas e construção de canais, diques, templos, pirâmides,
estradas, além de controlar o comércio exterior. Assim, não havia no Egito
pessoas atuando fora do controle do Estado. A maior parte delas vivia em regime
de servidão coletiva, obrigada a sustentar o faraó e a elite dominante, pagando
tributos em forma de bens ou de
trabalho.
ATIVIDADES
ECONÔMICAS
Entre as principais atividades
econômicas desenvolvidas no Egito, citam-se:
· Agricultura - o cultivo
de trigo, cevada, linho e papiro;
· Criação de animais - a
criação de bois, asnos, carneiros, cabras, porcos e aves. A partir da invasão
dos hicsos, começaram a criar cavalos;
· Comércio exterior -
importação e exportação de diversos produtos sob o controle do
Estado, que enviava expedições
para Creta, Fenícia, Palestina. Exportava-se trigo, linho,
cerâmica; importava-se marfins,
perfumes, peles de animais.
CULTURA
A PROFUNDA
INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO
A civilização egípcia era
profundamente influenciada pela religião; sobretudo a arte e a
arquitetura. Contudo, os egípcios,
buscando soluções para problemas práticos, também nos deixaram
um vasto legado científico.
RELIGIÃO
Os egípcios eram politeístas e
adoravam seus deuses em cerimônias patrocinadas pelo Estado (culto oficial) ou
realizada espontaneamente pelo povo (culto popular).
No culto oficial, destacava-se o
deus Amon-Rá, fusão de Rá (deus do sol e criador do mundo) e Amon (deus
protetor de Tebas).
No culto popular, devotava-se,
sobretudo, a Osíris (deus da vegetação, forças da natureza e dos mortos), Ísis
(deusa esposa e irmã de Osíris) e Hórus (deus do céu, filho de Ísis e Osíris). Acreditando
na ressurreição da alma, os egípcios preservavam o corpo dos mortos por meio da
mumificação. Nos sarcófagos, junto das múmias, guardavam alimentos, roupas,
jóias e um exemplar do Livro dos Mortos, coleção de textos religiosos
para serem recitados no tribunal de Osíris.
ESCRITA
HIEROGLÍFICA E PAPIRO
Assim como os sumérios, os
egípcios desenvolveram um tipo de escrita. Mas a dos egípcios era formada por
sinais hieróglifos*. Coube ao sábio francês Jean François Champolion a façanha
de decifrar os hieróglifos da famosa Pedra Roseta, em 1822. O registro escrito
egípcio era feito em pedra, madeira ou papiro.
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