Revoltas Coloniais

REVOLTAS COLONIAS



GUERRA DOS EMBOABAS



A posse das minas de ouro é garantida a paulistas e sertanejos pelo Ato Régio de 1696. A exploração provoca vários conflitos. Um deles envolve os paulista, comandados por Manuel de Borba Gato, e os emboabas, termo aplicado aos portugueses que disputam a posse das jazidas e que acaba designando também brasileiros de outras regiões. Os emboabas organizara-se sob acamando de Manuel Nunes Viana, proclamado governador de Minas e que decide atacar os paulistas concentrados em Sabará.
Suceder-se vários escaramuças e, numa delas, um grupo de trezentos paulistas investe contra os emboabas no Arraial da Ponta do Marro, atual Tiradentes, mas dispersa-se, escondendo-se nos matos diante da reação dos emboabas. Descobertos, render-se, Bento de Amaral Coutinho, chefe dos emboabas, desrespeita as garantias da rendição e chacina os paulistas, num local que fica conhecido como Capão da traição, em fev. de 1709.
O governador do Rio de Janeiro, Antônio Coelho de Carvalho, intervém obrigando Nunes Viana o deixar Minas e retirar-se para o rio São Francisco. Em conseqüência, é criada a capitania de São Paulo e Minas, em 9/l1/1709, governada por Antônio de Carvalho, Em 21/2/1720, Minas     separa-se de São Paulo.


Guerra dos Mascates



 Os interesses comerciais dos portugueses de Recife  (alcunhados pejorativamente de mascates) entram em conflito com as aspirações de poder dos senhores de engenho de Olinda, sede do poder público na época. Em 4/3/1710, quando o gov. Sebastião de Castro Caldos ordena a elevação de Recife à categoria de vila, a população de Olinda rebela-se, ataca Recife, destrói o pelourinho, símbolo da autonomia administrativa, expulsa o governador e entrega o poder ao bispo de Olinda. d. Manuel Álvares da Costa.
A metrópole envia outro governador. Felix Eça e Vasconcelos, que toma posse em 10/1/1711. Os mascates, liderados por João da Mota. libertam os companheiros presos. Os olindenses contra-atacam, ajudados por grupos vindos do interior, da capitania. Cercam Recife e travam combates famosos, como os de Boa Vista, Afogados, Barreta e Guararapes. As lutas são suspensas por ordem real em 7/4/1714. Recife permanece como capital do capitania, mas o governador é obrigado a dividir a moradia, ficando seis meses em cada cidade.


Diamantes

 A exploração inicia-se por volta de 1729, nas vilas de Diamantina e Serra do Frio, no norte de  Minas Gerais. A produção atinge níveis altos, chegando a causar pânico no mercado joalheiro, por forçar a baixa dos preços. Em 1734, constitui-se uma intendência, com autonomia quase total na administração das lavras. E a extração passo o ser controlada através de medidas severos que incluem confisco. proibição do entrada de forasteiros e expulsão de escravos.

Renascimento agrícola

Fase intermediária entre o fim da época da mineração, no final do séc. XVIII e o advento da cultura do café, em meados da década de 30. Provocado pela demanda de matérias-primas da revolução industrial européia. Os principais produtos são: Algodão, Tabaco, Cacau, Café.

SOCIEDADE COLONIAL

Estimativas indicam que o número de habitantes, em 1770, situa-se entre 1,5 milhão e 2,5 milhões, com a seguinte distribuição: 20.5% em Minas Gerais; l8,5%na Bahia; 15,4% em Pernambuco; 13,8% no Rio de Janeira; 7,5% em São Paulo; 24,3% nas demais capitanias. Nas regiões mineradoras, a sociedade já é urbanizada, com núcleos populosos e com diversificação de atividades, funções e serviços. Nas demais, os agrupamentos humanos organizam-se em torno dos engenhos e fazendas de algodão, fumo e gado. O poder concentra-se nas mãos dos senhores rurais, que, em muitos casos, chegam a substituir o poder público, mandando em todos que gravitam em torno de seu poder. E a sociedade patriarcal.

Produção cultural

Durante um século e meio, a expressão literária resume-se a escritos sobre a terra por autores estrangeiros. São narrativas é crônicas voltadas para a descrição de paisagens, dos indígenas e das condições gerais de vida na colônia, aparecendo também manifestações literárias de origem e caráter religioso.
Entre os textos produzidos pelos jesuítas, destacam-se os Sermões, do pe. Antônio Vieira, que viveu entre 1808 e 1697, nasceu em Lisboa mas criou-se na Bahia. Foi missionário, professor, político, pregador e, em todas as atividades. segundo o escritor Antônio Cândido, "incomparável artífice da palavra".
As primeiras manifestações do nativismo estão no livro de poemas Música no Parnaso, de Manoel Botelho de Oliveira, que viveu entre 1636 e 1711. Significativa é também a obra satírica de Gregório de Matos Guerra, que traça amplo painel da vida na Bahia. Em Minas, Bahia e Rio, proliferam os grêmios literários e artísticos integrados por médicos, funcionários públicos, militares, magistrados e clérigos. Essas Academias impulsionam a pesquisa de temas nacionais. Dessa época restam obras de valor documental como a História da América Portuguesa, de Rocha Pita, a História Militar do Brasil, de José Mirales. A Nobiliarquia Pernambucana, de Borges da Fonseca, e A Nobiliarquia Paulistana, de Pedro Taques.
Em Minas, durante o séc. XVIII, assiste-se ao florescimento musical com autores influenciados pelos clássicos europeus, como Lobo de Mesquita, Perreiros Neves e Gomes da Rocha.. Nas artes plásticas, destacam-se o pe. Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo; Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Ataíde, em Minas Gerais; o entalhador mestre Valentim, no Rio de Janeiro (ver capítulos Artes e Literatura).

Crise do sistema colonial

 Ocorre entre o final do sec. XVIII e o começo do séc. XIX. É a era do Iluminismo, caracterizada pelo desabrochar do pensamento liberal, pelo início da luta contra as instituições do Antigo Regime, na França, e pelos prenúncios da Revolução Industrial, na Inglaterra. A independência dos EUA, em 4/7/1776, torna-se símbolo do início da ruptura do sistema colonial europeu. No Brasil, refleta-se em rebeliões sócio-políticas, como a Inconfidência Mineira e a Revolução Pernambucana, que denunciam o caráter opressivo do sistema colonial e inauguram a luta pela independência. Em Portugal, coincide com o apogeu do absolutismo, durante o governo de d. João V e seu ministro, marquês do Pombal, considerado exemplo de "déspota esclarecido".
O objetivo de Pombal é fortalecer o poder real. Para isso, reforma o Exército e a burocracia estatal e subjuga a nobreza e o clero. Sua política econômica antibritânica reforça a relação entre a metrópole e as colônias. No Brasil, essas circunstâncias favorecem a eclosão do nacionalismo colonial; o aumento do contrabando britânico na costa brasileira acena aos colonos com os benefícios do livre comércio, enquanto a elite encontra no liberalismo a base teórica para suas metas práticas. Os conflitos com a metrópole acentuem-se com a exploração das minas. Pombal demite-se em 4/3/1777.



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