O Rei do Baião
O Rei do Baião e seu filho Gonzaguinha: uma relação conturbada.
Quando o filho nasceu, em 1945, Gonzagão já tinha 25 discos gravados como sanfoneiro e estreava como cantor. Aos dois meses, o bebê foi afastado da mãe, a cantora Odaléia Guedes dos Santos, que contraíra tuberculose. Foi criado no Morro de São Carlos, no bairro do Estácio, por Leopoldina de Castro Xavier e seu marido, Henrique Xavier Pinheiro, o Baiano do Violão, amigos de Gonzagão. Foi com o pai de criação e não com o biológico que o menino deu os primeiros passos na música. Quando o filho tinha 3 anos de idade, o Rei do Baião se casou com outra mulher, e Odaléia morreu.
Como estava sempre fora do Rio fazendo turnês e tanto a sua nova mulher quanto a sogra rejeitaram Gonzaguinha, ele teve de deixar o filho sob os cuidados de Leopoldina e Xavier. O casal levava o garoto para visitar o pai, então não houve corte de relações. Mas quando o menino começou a crescer, em contato com a malandragem do Morro de São Carlos, e a ficar indisciplinado, Gonzagão o botou num colégio interno. O velho acreditava que o filho não daria em nada. Gonzaguinha precisou mostrar ao pai que podia vencer na vida, que tinha talento. Seu primeiro público foi o pai. Foi para ganhar seu respeito e seu amor que ele batalhou tanto.
Gonzaguinha se engajou no movimento político-estudantil de esquerda, e isso foi mais um ponto de conflito com o pai, que era de direita e tinha passado nove anos no Exército. O rebelde jovem conseguiu formar-se em Economia pela Universidade Cândido Mendes, mas seu gosto era para música, tendo-se firmado como um dos mais brilhantes compositores e intérpretes daquela época.
Felizmente, em 1979, ambos se entenderam e fizeram uma vitoriosa turnê pelo Brasil. Tornaram-se, enfim, amigos. Luiz Gonzaga morreu em 1989, vítima de uma parada cardiorespiratória, tendo sido velado em Juazeiro do Norte e, mais tarde, conduzido para sua terra natal. Gonzaguinha, após uma apresentação em Pato Branco, no Paraná, morreu aos 45 anos vítima de um acidente automobilístico de 1991.
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Texto de Diego Vieira
Administração Imagens Históricas
Quando o filho nasceu, em 1945, Gonzagão já tinha 25 discos gravados como sanfoneiro e estreava como cantor. Aos dois meses, o bebê foi afastado da mãe, a cantora Odaléia Guedes dos Santos, que contraíra tuberculose. Foi criado no Morro de São Carlos, no bairro do Estácio, por Leopoldina de Castro Xavier e seu marido, Henrique Xavier Pinheiro, o Baiano do Violão, amigos de Gonzagão. Foi com o pai de criação e não com o biológico que o menino deu os primeiros passos na música. Quando o filho tinha 3 anos de idade, o Rei do Baião se casou com outra mulher, e Odaléia morreu.
Como estava sempre fora do Rio fazendo turnês e tanto a sua nova mulher quanto a sogra rejeitaram Gonzaguinha, ele teve de deixar o filho sob os cuidados de Leopoldina e Xavier. O casal levava o garoto para visitar o pai, então não houve corte de relações. Mas quando o menino começou a crescer, em contato com a malandragem do Morro de São Carlos, e a ficar indisciplinado, Gonzagão o botou num colégio interno. O velho acreditava que o filho não daria em nada. Gonzaguinha precisou mostrar ao pai que podia vencer na vida, que tinha talento. Seu primeiro público foi o pai. Foi para ganhar seu respeito e seu amor que ele batalhou tanto.
Gonzaguinha se engajou no movimento político-estudantil de esquerda, e isso foi mais um ponto de conflito com o pai, que era de direita e tinha passado nove anos no Exército. O rebelde jovem conseguiu formar-se em Economia pela Universidade Cândido Mendes, mas seu gosto era para música, tendo-se firmado como um dos mais brilhantes compositores e intérpretes daquela época.
Felizmente, em 1979, ambos se entenderam e fizeram uma vitoriosa turnê pelo Brasil. Tornaram-se, enfim, amigos. Luiz Gonzaga morreu em 1989, vítima de uma parada cardiorespiratória, tendo sido velado em Juazeiro do Norte e, mais tarde, conduzido para sua terra natal. Gonzaguinha, após uma apresentação em Pato Branco, no Paraná, morreu aos 45 anos vítima de um acidente automobilístico de 1991.
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Texto de Diego Vieira
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