Grécia Antiga

GRÉCIA ANTIGA





PERÍODOS HISTÓRICOS

 A história grega é dividida, tradicionalmente, nos seguintes períodos:
- período Micênico ou Homérico - século XV a século VIII a.C.;
- período Arcaico - século VIII a século VI a.C.;
- período Clássico - século VI a século IV a.C.;
- período Helenístico - século IV a século I a.C.

CRETA: UMA DAS PRINCIPAIS CIVILIZAÇÕES PRÉ-HELENÍSTICAS

Há quase 5 mil anos, desenvolveu-se na ilha de Creta uma das mais brilhantes civilizações da Antigüidade, a civilização cretense. Devido a sua localização, Creta se tornou ponto de encontro entre a Grécia e as civilizações do Crescimento Fértil, o que contribuiu para o desenvolvimento de suas atividades marítimas e comerciais. Uma poderosa monarquia instalou-se em Cnossos, entre 1700 e 1450 a C., período em que
esta cidade deteve a supremacia de toda a ilha. Apoiada no poderio da marinha e na aliança com as classes mercantis, essa monarquia expandiu a dominação cretense, criando um verdadeiro império comercial - marítimo, denominado talassocracia (grego talossos: mar, oceano: cracta: poder). Os reis dessas monarquias eram chamados de Minos, palavra que deu origem à expressão civilização minóica, também utilizada para designar a civilização crescente. As ruínas cretenses indicam a existência de cidades planejadas, com ruas calçadas, sarjetas, lojas de comércio e bairros residenciais, uma vida predominantemente urbana. Entre as principais cidades destacam-se Cnossos, Faístos, Mália, Tilisso e Giúrnia. A numerosa população dessa cidade teve uma vida menos opressiva, se comparada a outras regiões da Antigüidade. Os achados arqueológicos nos dão conta de uma vida marcada por divertimentos públicos, comodidades arquitetônicas etc. Isso se deu, talvez, à economia dominante

GRÉCIA
(artesanato e comércio marítimo) ter escapado a um controle rígido do Estado e estimulado o individualismo, o que não ocorreu com outros povos do Oriente.
Aproximadamente em 1400 a.C., Creta foi invadida pelos Arqueus, que assimilaram grande parte de sua cultura, dando origem à civilização creto-micênica. Quase dois séculos depois os dórios, hábeis guerreiros, possuidores de armas de ferro, invadiram e ocuparam Creta. As cidades foram saqueadas e arrasadas. Houve um retrocesso cultural, que marcou o fim da civilização creto-micênica.

PERÍODO MICÊNICO OU HOMÉRICO
OS PRIMEIROS POVOS E OS GENOS

As primeiras fontes históricas para o estudo desse período são as descobertas arqueológicas e os poemas Ilíada e Odisséia, de Homero. Durante o período Homérico, chegaram à Grécia, em sucessivas invasões, quatro povos-europeus que lá se estabeleceram, dando origem ao povo grego.

·Aqueus - chegaram por volta de 2000 a.C., e fundaram a cidade de Micenas. Conquistaram os cretenses e assimilaram parte de sua cultura. Da integração cultural entre cretenses e aqueus originou-se a civilização creto-micênica.

·Jônios - chegaram por volta de 1700 a.C., e fundaram a cidade de Atenas. Posteriormente, expandiram-se em direção à Ásia Menor, onde fundaram cidades, como Mileto, Éfeso, Esmirna.

·Eólios - chegaram por volta de 1700 a.C., e fundaram a cidade de Tebas. Integraram-se na civilização creto-micênica.
·Dórios - chegaram por volta de 1200 a.C., e fundaram a cidade de Esparta. De espírito
guerreiro, destruíram a civilização creto-micênica. Houve considerável retrocesso da vida urbana e a população voltou a se organizar em grupos comunitários (genos).

GENOS
Os aqueus, jônios, eólios e dórios eram povos de pastores seminômades. Vagando com seus rebanhos pelas planícies ou pelas montanhas, não chegaram a construir um Estado, mas organizaram-se socialmente em clãs patriarcais. Esses clãs, denominados genos, eram formados por famílias que descendiam de um mesmo antepassado e adoravam o mesmo deus. Os genos tinham estrutura comunitária: eram auto-suficientes e os bens (animais, pastos, terras agrícolas, colheitas) pertenciam a todos os seus membros, ou seja, a propriedade era coletiva. Os genos podiam associar-se, formando fratrias. As fratrias constituíam corporações de guerra que lutavam pelos interesses do grupo. A reunião de várias fratrias formava uma tribo, comandada por um chefe, o basileu, que exercia função militar; religiosa e jurídica. Aos poucos, os genos tornaram-se sedentários, e as estruturas comunitárias foram decaindo à medida que se estabeleciam:

·O direito à herança paterna - o filho mais velho passou a herdar os bens do pai, com
possibilidade de assumir seu papel social. Isso favoreceu a acumulação de riquezas e a manutenção
do poder (religioso, militar e administrativo) de algumas famílias.

A diferenciação de classes - começou a se formar uma nobreza hereditária, que tinha
privilégios sociais e econômicos sobre os membros da comunidade. Essa nobreza passou a apropriarse de bens móveis (rebanhos, metais preciosos, armas etc.).

·A generalização do regime escravista - inicialmente a escravidão era limitada aos
prisioneiros de guerra. Com o tempo, desenvolveu-se a escravidão por dívidas, atingindo os próprios membros da comunidade. Enfim, a estrutura comunitária dos genos enfraquecia-se à medida que ganhavam forças as instituições que admitiam a propriedade privada e a acumulação de riquezas individuais. Entretanto, a decisão da sociedade em classe somente se consolidou com o aparecimento do Estado, ou seja, das
cidades-Estado (polis).




PERÍODO ARCAICO
AS CIDADES-ESTADOS E A COLONIZAÇÃO GREGA
A Grécia Antiga ou Hélade (expressão utilizada pelos gregos) não se constituía em Estado único, com um governo para todos os gregos. Era, na verdade, um conjunto de cidades-Estado independentes (polis) e, às vezes, rivais. Cada uma tinha suas leis, seu governo e seus costumes. A população dessas cidades raramente ultrapassava 30 mil habitantes, exceto nas grandes, como Atenas e Siracusa. Embora fossem independentes, as cidades gregas apresentavam certa unidade cultural, expressa em elementos como: língua, crenças religiosas, sentimento comum de que eram diferentes dos povos que não falavam a língua grega - os bárbaros. Um exemplo de unidade cultural da Grécia são os jogos olímpicos, dos quais participavam as diversas cidades. Nas cidades-Estado, o cidadão grego foi conquistando direitos e contribuindo para a vida social. Sentia-se como membro da polis e não como um objeto submisso e manobrado pelos governantes. A palavra político, de origem grega, primeiramente designou "o cidadão que participava dos destinos da polis". Dentre as cidades-Estado gregas, destacam-se Esparta e Atenas.

ESPARTA
Esparta localizava-se na península do peloponeso, na região da Lacônia. Tinha boas terras para o cultivo de vinha e oliveira. Fundada pelos dórios, desde sua origem Esparta foi militarista e oligárquica. O Estado espartano tinha como principal objetivo fazer de seus cidadãos um modelo ideal de soldados, bem treinados fisicamente, corajosos e totalmente obedientes às leis e às autoridades.

Sociedade
A sociedade espartana dividia-se, basicamente, em três classes:

· Esparciatas - eram os cidadãos espartanos, que permaneciam à disposição dos negócios políticos e serviam ao exército, tendo como missão reprimir escravos e combater inimigos externos. Em geral não podiam exercer o comércio nem vender suas terras;
· Periecos - eram homens livres, dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Serviam ao
exército em caso de grande necessidade, mas não tinha direitos políticos (participavam
de órgãos do governo).
· Hilotas - eram servos presos à terra dos esparciatas, sustentando-os com seu trabalho.

Poder Político

Esparta era uma diarquia*. Era governada por dois reis, pertencentes a famílias diferentes e  muitas vezes, rivais. Entre suas funções destacavam-se os serviços de caráter militar e religioso. A administração política era exercida pelos seguintes órgãos:

- Gerúsia - conselho distribuído pelos dois reis e mais 28 esparcistas maiores de 60 anos (conselho dos anciãos). Tinha função administrativa (supervisão), legislativa (elaboração de projetos de leis) e judiciária (julgamento em tribunal superior).
- Ápela - assembléia formada pelos mais importantes cidadãos espartanos maiores de 30 anos. Possuía as funções de eleger os membros da Gerúsia, exceto os reis, e do conselho dos Éforos, e de aprovar ou rejeitar as leis encaminhadas pela Gerúsia.
- Conselho dos Éforos - grupo formado por cinco membros eleitos anualmente pela Ápela. Os éforos eram os verdadeiros chefes do governo espartano. Comandavam as reuniões da Gerúsia e da Ápela, controlavam a vida econômica e social de toda a cidade, podiam vetar os projetos de lei e até mesmo destruir os reis. O mandato dos éforos era de um ano, mas se reelegiam indefinidamente. Devido ao enorme poder dos éforos, o governo de Esparta era considerado uma oligarquia.

ATENAS
A cidade de Atenas, fundada pelos jônios, situa-se no centro da planície da Ática, a cinco quilômetros do mar Egeu. O centro original da cidade localiza-se numa colina alta, a acrópole *, tendo, assim, uma proteção natural contra ataques.
Devido o solo pouco fértil da região, os atenienses lançaram-se à navegação marítima, aproveitando a proximidade do litoral. Tornaram-se excelentes marinheiros, chegando a dominar grande parte do comércio pelo Mediterrâneo.

Sociedade
A sociedade ateniense estava dividida em três classes principais:
· Eupátridas - eram os cidadãos atenienses. Tinham direitos políticos e participavam do
governo. Constituíam a minoria da população (cerca de 10%) sendo que mulheres e crianças não faziam parte desse grupo.
· Metecos - eram os estrangeiros que viviam em Atenas. Não tinhas direitos políticos
estavam proibidos de adquirir terras, mas podiam dedicar-se ao comércio e ao artesanato. Em geral pagavam impostos para viver em Atenas e eram obrigados a prestar o serviço militar.
· Escravos - formavam a grande maioria da população ateniense. Para cada cidadão
adulto chegaram a existir cerca de 18 escravos. Trabalhavam no campo, nas minas e nas
oficinas. Eram considerados propriedades do seu senhor, mas havia leis que os protegiam contra excessivos maus tratos.

Evolução política: da monarquia a democracia
A monarquia foi poderosa até meados dos séculos VIII a.C., em Atenas. Lá o rei acumulava as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Depois, o poder em Atenas passou para as mãos de uma oligarquia de nobres. Seus membros, os arcontes, comandavam o exército, a justiça, a administração pública, entre outras funções. À medida que os nobres atenienses tornavam-se donos da maior parte das terras cultiváveis, os pequenos proprietários empobreciam e suas dívidas aumentavam. Os nobres, então, passavam a se apoderar dos próprios devedores, fazendo os escravos.
Diante dos abusos da nobreza, muitos atenienses (comerciantes, artesãos, camponeses) começaram a exigir reformas sociais. Nos séculos VII e VI a.C., surgiram reformadores como Drácon, que impôs leis escritas acabando com as vedetas, e Sólon, que libertou os cidadãos transformados em escravos. Tais reformas abriram caminho para a democracia ateniense. O criador da democracia em Atenas foi Clístenes, que ficou no poder de 510 a 507 a.C. Ele aprofundou as reformas e introduziu o regime democrático, cujo princípio básico dizia que "todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis" - princípio da isonomia. Entretanto, na democracia ateniense apenas os eupátridas, que constituíam 10% da população, eram considerados cidadãos. Consequentemente, os 90% restantes da população (escravos, estrangeiros, mulheres e crianças) não tinham direitos políticos, sendo excluídos da vida democrática. A democracia ateniense era, portanto, elitista (porque só uma monarquia tinha direitos), patriarcal (porque excluía as mulheres) e escravista (porque eram escravos que sustentavam a riqueza dos senhores).
 Nos séculos V a C. Atenas atingiu grande esplendor sob a liderança de Péricles (499 – 429 a.C.), que durante 15 anos foi sucessivamente eleito para o governo, ocupando o cargo de estratego, isto é, chefe do poder executivo.

PERÍODO CLÁSSICO
AS LUTAS PELA HEGEMONIA GREGA
No período clássico, a Grécia atingiu o seu apogeu, marcado por grande desenvolvimento econômico e esplendor cultural. Nesse período, Atenas e, depois, Esparta formaram-se as mais importantes cidades gregas. A ascensão econômica trouxe choques de interesses, levando os gregos a lutarem contra outros povos e também entre si. Entre as principais guerras desse período destacam-se: as Guerras Médicas (ou guerras Greco-Persa) e Guerra do Peloponeso.

GUERRAS MÉDICAS
Expandido seu império, o rei persa Dário, após ter submetido as cidades gregas da Ásia
Menor, pretendeu subjugar as cidades gregas da Europa. Enfrentou, entretanto, dura resistência de Atenas, Esparta, Erétria, Platéia, entre outras, que se uniram para lutar contra o inimigo comum. No confronto com os persas, os gregos saíram-se vitoriosos. As batalhas decisivas para a vitória grega foram:

· Batalha de Maratona (490 a.C.) - atacados pela planície de Maratona, os gregos
sob o comando de Milcaídes, derrotaram os exércitos persas;
· Batalha naval de Salamina (480 a.C.) - os gregos derrotaram os persas, graças,
principalmente, à frota ateniense;
· Batalha de Platéia (479 a.C.) - o exército grego, comandado pelo rei de Esparta,
infligiu dura derrota aos persas.

GUERRA DO PELOPONESO (431 - 404 a.C.)
Atenas teve grande destaque na luta contra os persas. Assim quando terminaram as guerras, ela tornou-se a mais importante cidade grega, tanto no setor militar quanto no econômico. Era intenso o comércio ateniense com diversas cidades, sobretudo colônias, que se valia, principalmente, do transporte marítimo.

LIGA DE DELOS E DOMÍNIO DE ATENAS
Com o objetivo de proteger a Grécia contra um possível ataque externo, Atenas organizou uma aliança de cidade gregas. Essa aliança, que chegou a reunir mais de 100 cidades, ficou conhecida como Liga de Delos, pois a sua sede era situada na ilha de Delos. As cidades aliadas eram independentes, mas Atenas exercia o comando militar da confederação de cidades submetidas ao imperialismo ateniense. Atenas transformou-se, então, no centro de um grande império comercial e marítimo alcançando grande desenvolvimento econômico e cultural. Seu período de apogeu durou quase 50 anos (450 - 404 a.C.). Muitas cidades, porém, começaram a se revoltar contra o crescimento poder ateniense. Entre essas cidades destacou-se Esparta

LIGA DO PELOPONESO E DOMÍNIO DE ESPARTA
Fundada a liga do Peloponeso (aliança político - militar), Esparta liderou um conjunto de cidades (Corinto, Megara e Tebas) que se opunham ao domínio de Atenas. Explodiu então a Guerra do Peloponeso, que durou 27 anos, com breves intervalos de paz. Ao final do longo e desgastante conflito, Atenas foi derrotada, submetendo-se, então, à
hegemonia de Esparta. A derrota de Atenas na Guerra Peloponeso significou o fim de um projeto imperialista Ateniense, que poderia levar à unificação das cidades gregas. Com a vitória de Esparta, preservou-se a fragmentação política da Grécia, mantendo-se a autonomia das cidades - Estado. Vitoriosa na Guerra do Peloponeso, Esparta estendeu sua influência sobre diversas cidades gregas, impondo sua hegemonia sobre a Grécia durante o período de 404 a 371 a.C.

HEGEMONIA DE TEBAS
Os projetos militares e econômicos de Esparta tiveram destaque durante cerca de 30 anos(404 - 371 a.C.).Ao final deste período, surgiram novas revoltas entre as cidades gregas, agora contra a autoridade de Esparta. Na liderança dessas insurreições estava a cidade de Tebas que tinha um poderoso exército. Após vencer as tropas espartanas, Tebas assumiu a hegemonia das cidades gregas, no período de 371-362 a.C.

PERÍODO HELENÍSTICO
O DOMÍNIO MACEDÔNICO
Após tantos anos de penosas guerras, as cidades gregas estavam esgotadas, fracas e
empobrecidas. Aproveitando-se da decadência e da desunião que contaminava a Grécia, Felipe, rei da Macedônia (região situada ao norte da Grécia), preparou um poderoso exército e partiu para a conquista do solo grego. A batalha de Queronéia, em 338 a.C. representou o marco decisivo da vitória dos exércitos macedônios sobre os gregos. Dois anos depois, Felipe foi assassinado, sucedendo-o no trono seu filho Alexandre.
Dando continuidade à política expansionista de Felipe, Alexandre sufocou definitivamente as revoltas nas cidades gregas, impondo-lhes seu domínio. Incansável partiu com um exército de mais de 40 mil homens em direção ao Oriente, obtendo fulminantes vitórias na Ásia Menor, no Egito, na Mesopotâmia, na Persa e em regiões da Índia (até o vale do rio Indo). Em 10 anos de lutas, Alexandre Magno transformou o império macedônico em um dos maiores Antigüidade. No ano de 323 a.C., Alexandre morreu na Babilônia e o comando de seu império foi então, partilhado entre os principais generais. Seleuco, Ptolomeu e Antígono. O Império macedônico não conseguiu preservar a unidade. Com o tempo, os generais acabaram assumindo o título de rei das regiões sob seu comando e passaram a disputar outras áreas sendo dominada pelos romanos.

HERANÇA CULTURAL GREGA
A INFLUÊNCIA EM DIFERENTES ÁREAS

Os gregos lançaram os principais alicerces da civilização ocidental. Encontramos raízes
gregas nas diferentes áreas da cultura contemporânea: artes, ciências, filosofia, política, linguagem.

FILOSOFIA E CIÊNCIAS EM DIFERENTES ÁREAS
A investigação intelectual e o espírito de curiosidade levaram os gregos a buscar explicações racionais para a realidade do mundo. Explicações diferentes daquelas apresentadas nas lendas, nos mitos ou nas crenças da razão humana para compreender o desconhecido. Da filosofia desmembram-se as ciências que aplicam a investigação sistemática e racional aos fenômenos da natureza e da sociedade. Surgiram, assim, ramos especializados para o estudo desses fenômenos, como a Física, a Química, a Matemática, a Biologia, a Medicina e a Astronomia. Entre os grandes nomes da cultura grega destacam-se: Hipócritas pai da medicina; Tales de Mileto e Pitágoras, grandes matemáticos; Heródoto, pai da história.

ARTE

Revelando brilho, talento e racionalismo, é grandioso o conjunto de realizações gregas no campo artístico. A arte grega clássica caracteriza-se pela busca de harmonia, unidade e equilíbrio, sobretudo na arquitetura e na escultura.
· Literatura - os gregos aperfeiçoaram o alfabeto fenício, transmitindo-o a diversos povos. Por isso, encontramos palavras de origem grega em diferentes línguas. Além disso, difundiram seus gêneros literários (lírica, epopéia e drama), dos quais derivam o romance, a novela, o ensaio, a biografia etc.
· Teatro - os espetáculos criam basicamente os dois gêneros dramáticos: a tragédia e a comédia. Durante os espetáculos, os atores usavam máscaras, chamadas persona (origem dos termos personagem e personalidade). As diferentes máscaras permitiam que um mesmo ator desempenhasse vários papéis na mesma peça. Entre os principais dramaturgos destacam-se Ésquilo (Prometeu acorrentado), Sófocles (Édio rei, Antígona), Euríoedes (Média, Alceste) e Aristófanes (As nuvens). Os teatros, geralmente construídos numa colina eram abertos para aproveitar a acústica natural.
· Arquitetura - as colunas no estilo dórico, jônico e coríntio caracterizam a arquitetura. Dentre as construções, destacam-se os templos que tinham a forma retangular.
· Escultura - de modo geral, tinha como finalidade decorar ou complementar as obras
arquitetônicas. Destacam-se as estátuas de figuras humanas, constituem modelos idealizados de perfeição física.

RELIGIÃO E MITOLOGIA
A religião, um dos elementos que dava unidade ao mundo grego, apresentava duas
características fundamentais: o politeísmo e o antropomorfismo.
Além dos deuses imortais (Zeus, Hera, Ares, Atenas etc.), os gregos cultuavam heróis ou semideuses que eram filhos de um deus com uma pessoa mortal (Teseu, Hércules, Perseu etc.). Relatado a vida dos deuses e dos heróis, os gregos criam uma rica mitologia, constituída por numerosas histórias fabulosas e fascinantes, que inspiraram diversas obras de arte ocidental.

CULTURA HELENÍSTICA
A INTERAÇÃO CULTURAL COM O ORIENTE
Com a expansão militar do Império Macedônico, Alexandre Magno difundiu a cultura grega entre os povos do Oriente. Por sua vez, a cultura oriental também exerceu influência na cultura grega. Desse processo de interação cultural surgiu a cultura helenística, de natureza cosmopolita, em oposição ao regionalismo de polis grega.
Os principais centros de difusão da cultura merecem especial destaque devido à Biblioteca de Alexandria, que possuía mais de 100 mil rolos de papiro, reunindo praticamente todo o saber científico e filosófico da época.

· Filosofia - o campo filosófico foi denominado por um clima de incertezas, descrenças e materialismo. Destacam-se Zenão (336 - 263 a C.) fundador do estoicismo, e Epicuro (342 – 271 a C.), que pregava o hedonismo.
· Ciências - o intercâmbio de conhecimentos entre sábios gregos e orientais impulsionou o avanço científico. A Geometria desenvolveu-se com Euclides; a Astronomia e a Geografia, com Híparco e Eratóstenes e a Física com Arquimedes.
· Artes - o equilíbrio e o racionalismo do classicismo grego adquiriam um caráter mais dramático, plástico, emotivo. Como exemplos célebres da arte helenística, podemos citar culturas, como a Morte de Laocoonte e de seu dois filhos e a Vênus de Milo; e as obras arquitetônicas, como o farol de Alexandria e o Colosso de Rodes, que demonstraram o estilo monumental influenciado pelo Oriente.


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